Camponeses na universidade: a criação do Mestrado em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe
Abstract
Em 2013, foi criado o Mestrado em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe (TerritoriAL) no Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), com o apoio da Cátedra UNESCO de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial, em parceria com a Via Campesina e convênio com a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Este é o primeiro Programa de Pós Graduação dirigido preferencialmente à população camponesa como objetivo de acelerar o desenvolvimento de seus territórios. Apresentaremos nossa leitura da construção deste Mestrado, abordandoa desde as origens do processo de criação da Educação do Campo, um paradigma teórico-político construído na relação de movimentos socioterritoriais do campo com universidades e governos. Esta relação constituiu políticas afirmativas que ampliaram o acesso do campesinato aos diversos níveis de ensino, inclusive à universidade. Analisaremos a história desse processo que ocorreu dentro do Programa Nacional de Educação para a Reforma Agrária (PRONERA), instituído em 1998 e que tratou da Educação no Campo em todos os níveis, ou seja desde a alfabetização até o ensino superior. O pronera nasceu como uma das principais políticas públicas emancipadoras dos territórios do campesinato brasileiro e o TerritoriAL também tem como objetivo a proposição de novas políticas públicas para o desenvolvimento desses territórios, através da pesquisa e da tecnologia. Este projeto é voltado principalmente para os jovens e as jovens camponesas das comunidades e dos movimentos vinculados à Via Campesina.References
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